sexta-feira, 10 de maio de 2013
Uma sexta, uma música.
Era sexta-feira, 16 de Novembro de 1984. Dia de reunião em família. Não consigo entender porque nos reuníamos ás sextas, e não aos domingos como toda família normal.Vai ver era exatamente isso. Talvez nós não fossemos normais. Quem sabe até, minha família possuísse segredos que ninguém na cidade soubesse.
Meu nome é Liz Orwell, 15 anos, aquariana, e apenas uma vontade: Sumir da cidade onde nasci, cresci e vivo. Minha mãe morreu tem 2 meses, e desde sua morte meu pai vem se trancando em seu quarto ao dia, e a noite sai sem que ninguém perceba. O que torna tudo muito estranho. Sarah, nossa governanta, possui tantos segredos quanto ele, e é quase impossível se passar despercebido por ela.
-Elizabeth Orwell, desça já aqui ou vai se atrasar para o jantar!
-5 minutos Sarah!
-Nada de cinco minutos mocinha, desça já ou juro que não respondo por mim!
Sarah nunca me chamava por Liz. Era sempre Elizabeth Orwell para ela. Talvez seja uma formade tentar me obrigar a fazer tudo o que ela peça. Mas não é necessário, pois um pedido de Sarah não era um pedido; era uma ordem!
Minha mãe era escritora, então não conseguia passar muito tempo comigo, pois sempre estava junta á pilhas de papel. Por isso Sarah foi como uma segunda mãe.
Estávamos todos sentados á mesa nos lugares cativos. Apenas uma cadeira se encontrava vazia. A de minha mãe. A cadeira florida que ela um dia quis comprar para me presentear. Então eu havia feito questão de fazer surpresa dando-a de presente para ela. Bordas floridas. Mamãe amava flores.
-Elizabeth Orwell, não quer falar nada querida? -Disse Sarah tentando me forçar a uma conversa.
-Não obrigada! -Respondi.
Então um silêncio surge na sala de jantar onde apenas duas pessoas se encontravam. Sim, meu pai já não estava em casa. E como sempre, sem deixar rastros.
Após me despedir de Sarah, fui para meu quarto. O meu refúgio. Era assim que eu e mamãe o chamávamos. Acho que não uso esta palavra á 2 meses.
Tudo estava normal, até que coloquei meus fones de ouvido e atualizei a lista de músicas. Havia uma nova música: "TEMPESTATEM VIRIDI". Resolvi ouvir.
"Imber,
sequitur quod in mente.
Tempestate intercidit viridi.
Viridia procellarum oculos tuos."
-Mas o que é isso?
Acho que finalmente em dois meses pude sentir o sentimento de medo percorrer meu corpo. Resolvi fechar as janelas e tentar dormir. Nada. Eu não conseguia em momento algum sentir o sono me invadir.
Assinar:
Comentários (Atom)